Guia turístico – África do Sul – Parte 5

Guia turístico – África do Sul – Parte 5

Começa aqui a quinta parte de um conjunto de posts e que completam o guia que criei para a África do Sul.

Resumo do que podem encontrar nos posts anteriores.

Parte Um:

  • O meu plano de viagem;
  • O que precisas de saber antes de viajar para a África do sul/despesas obrigatórias;
  • Joanesburgo, África do Sul;
  • Qual a moeda da África do sul?;
  • Como nos deslocarnos em Joanesburgo?;
  • Onde ficar alojado em Joanesburgo?;
  • Como nos deslocamos de Joanesburgo para outras cidades?;

Parte Dois:

  • Onde ficar alojado em Hoedspruit?
  • Onde posso ver a oferta de safaris, programas e alojamentos?
  • Que operador para safari e atividades escolhi;
  • Como funcionam os safaris?

Parte Três:

  • Sobre o Parque Nacional Kruger;
  • Contactos de emergência;
  • Mapa do Parque;
  • Temperaturas;
  • Posso fazer um safari no Kruger sem guia e no meu carro com um ou alugado?;
  • Quais são as regras dentro do Parque Nacional Kruger?.

Parte Quatro:

  • Os “Big Five”;
  • Curiosidades sobre eles;
  • Fauna e Flora;
  • O jogo das cinco coisas que poderás achar ou fazer no Parque Nacional Kruger;
  • É garantido que consiga ver os big five ou algum animal que eu queira muito ver?;
  • Existe um número de dias perfeito para visitar o Kruger?;
  • Quanto custa uma viagem desta natureza?;
Travel vlog- parte um
Travel vlog- parte dois

Inicia-se aqui a continuação do Guia Turístico para visitar a África do Sul

O que fazer em Hoedspruit?

Para além dos safaris, eu fiz algumas visitas durante as minhas estadias. No primeiro dia em que cheguei, iniciei a tarde com uma visita a um Centro de Reabilitação Animal, chamado de Moholoholo. Confesso que ia meio desconfiada, pois tinha visto no tripadvisor que andavam com uma Chita de trela, e que os turistas podiam tirar fotos com ela e dar festas, algo com que não concordo, no entanto quando lá cheguei, foi-me dito que isso já não era feito e isso deixou-me bem mais tranquila. Bem passando ao Moholoholo novamente.

O Moholoholo faz um trabalho EXTRAORDINÁRIO com as comunidades locais e com os animais. Este é um centro que não tem apoio do governo, vive de donativos, bilheteira, loja, voluntários e mecenas.

O seu trabalho consiste em várias frentes, a primeira é o resgate de animais com necessidade de tratamento médico. Resgatam-nos dos locais onde se encontram, oferecem cuidados médicos, e se estes estiverem prontos e não estiverem 100% dependentes dos humanos, são reintroduzidos na natureza.

alau Terrícola do Sul a oferecer-me galinha, como ritual de acasalamento, espécie criticamente ameaçada, Moholoholo, Março de 2020

A segunda frente é para mim aquela que tem mais impacto, sobretudo para os locais. Uma vez que a área de Hoedpruit, faz fronteira com o parque Kruger e é composta por várias reservas, existem sempre animais a circular, por vezes predadores, que atacam o gado, animais domésticos e as quintas, e por esse motivo os locais não gostam deles, e inicialmente matavam-nos. O Centro disponibiliza recolha gratuita e transporte destes animais, basta para isso ligar para o centro, dizer a localização e o tipo de animal, e não se aproximar dele a menos que tenham meios de contenção que não o magoem, e o centro fará o trabalho sem qualquer custo.

Bateleur, Moholoholo, Março de 2020

Após a recolha dos animais, que podem ser de qualquer género, estes são transportados para o centro, são feitos cuidados médicos quando necessário, e são sujeitos a um período de quarentena. Durante este período passam pela fase a que os tratadores chamam de “pensar no que fizeram”, um bocadinho como um “castigo”, sobretudo para animais que caçam animais domésticos, é lhes dado durante este período apenas presas que teriam no seu habitat, para que se esqueçam do sabor dos animais domésticos e não tornem a caçá-los. Após o período terminar, são reintroduzidos na natureza, longe do ponto em que foram encontrados.

Leão e leoa , Moholoholo, Março de 2020

É possível visitar este centro em visitas guidas que ocorrem diariamente, mais informações AQUI. As visitas iniciam-se somente à hora marcada, e não têm número mínimo de participantes, eu iniciei a visita sozinha, mas nos minutos seguintes chegaram dois casais. Esta inicia-se com uma sessão de esclarecimento e da história do centro, com imagens pertubardoras da realidade que se vive em países como este, segue-se uma visita guiada a uma parte do centro. A visita guiada é feita a uma área restrita, a área não é muito grande e não têm uma diversidade imensa, mas nesta área estão apenas os animais que não podem ser reintroduzidos no seu habitat natural, por diferentes motivos. Existe uma área, onde apenas voluntários, tratadores e veterinários podem entrar, onde se encontram os animais que foram resgatados e que em príncipio serão reintroduzidos no habitat.

Como ajudar este espaço? Fazer as visitas ao mesmo, efetuar donativos ou candidatar-se como voluntário.

Rota panorâmica

Existe uma Rota extremamente conhecida na zona, que contém a combinação de um conjunto de locais icónicos e de beleza natural. Infelizmente durante a minha estadia, muitos deles encontravam-se fechados pois estavam a acontecer no país duas greves, a primeira dos trabalhadores do governo, chamados em Portugal de funcionários públicos, que reinvindicavam melhores condições de trabalho, a segunda, e bastante mais agressiva, pedia melhores condições a nível de maior oferta de transportes públicos, e esta causou tumultos, estradas cortadas, destruição de veículos e agressões graves.

Por este motivo a minha rota foi encurtada, e visitei apenas algumas dos locais que estavam previstos, deixo imagens de alguns deles.

Nota: Para entrar em todos estes miradouros existe um custo, no meu caso estava incluído no meu pacote.

Blyde River Canyon

O 3º maior canyon do mundo. Infelizmente o miradouro onde se vê a melhor vista estava fechado por isso tivemos que aceder pelo miradouro privado de um resort, ainda assim a vista é soberba. É possível igualmente fazer passeios de barco no meio do canyon. As três rochas que vêm no centro com um formato bicudo em cima, chamam-se “three rondawels”, pois assemelham-se às construções típicas africanas, cilindrícas com um telhado em bico feito de plantas.

God’s Window

Este é o miradouro mais conhecido desta zona, tem este nome pois é uma abertura que culmina sob uma vista linda sob os terrenos de plantação artificial de árvores para a indústria. É necessário subir algumas escadas para lá chegar, e tem diferentes patamares de vista.

Berlin Falls

Localização: 24º50’37.37″S 39º50’33.03″E

As Cataratas de Berlim são imponentes, uma queda de água com 80 metros de altura, com um caudal muito forte no mês de Março, fim da época das chuvas. Só é permitido ir apenas até este acesso com gradeamento.

Lisbon Falls

Localização: 24º51’38″S 30º50’07#E

Estas tiveram um sabor especial, assim que vi a placa lembrei-me de casa, e tive que parar para uma foto. Mais uma cascata imponente, a maior da província de Mpumalanga, com 94 metros de altura.

Graskop Gorge

Este imponente local é composto por uma vista superior, cuja entrada é gratuita (mas o parque de estacionamento não). No topo existe um edificío com um restaurante, café, galerias de artes e lojas de souvenirs. É gratuito estar no patamar superior e apreciar a vista ao som dos gritos que se ouvem no baloiço gigante que atravessa a garganta do vale de Graskop.

Para a utilização do baloiço/bungee jumping, em pêndulo, que desde já não aconselho de todo, pois na minha opinião não reúne as condições de segurança, é necessário pagar um valor para a experiência que pode ser consultado AQUI. Torno a dizer que não achei mesmo que fosse seguro, não vi a montagem do material, mas após o “mergulho”, o início do movimento do pêndulo em direcção às rochas é assustadoramente perto, acidentes destes levam à morte de pessoas.

Apesar do baloiço ser para mim, suicídio na certa, esta é a única cascata da panorama route onde é possível ir à sua base. É necessário para isso comprar um bilhete, que é convertido numa daquelas pulseiras de papel, que nos é colocada no pulso, e que à chegada do elevador, mostramos, e descemos. A vista já é linda a partir do elevador que é todo em vidro. Ao chegar à base espera-nos um passadiço de madeira lindo, onde percorremos diferentes ambientes com placas informativas sobre a fauna e a flora da zona.

Wonder view

Este foi sem dúvida o meu miradouro preferido. A vista imponente sobre o canyon era soberba… ajudou o facto de não estar lá mais ninguém, pelo facto de o portão estar fechado mas haver um buraco para passar. Sentei-me a ver a vista e a pensar em como estava feliz por ter aquela oportunidade que eu sei que não se repetiria tão cedo.

Neste miradouro existem vários pontos de onde podem ver as vistas e fazer alguns registos fotográficos, o que ajuda a não concentrar todos os turistas num espaço só.

Passeios de balão

Na minha lista de despesas acima tenho uma noite extra no Rafiki, e também um passeio de balão. Encontrei esta opção no site do Rafiki Bush Lodge, sendo este um sonho antigo, nunca o tinha feito, achei que África seria o destino perfeito. Foi com a Sun Cacthers que vivi esta aventura.

Ia com uma expectactiva gigantesca, pensava ver animais do ar, tirar fotografias fantásticas aos mesmos daquela perspectiva meio doida, no entanto as reservas que sobrevoámos não tinham praticamente animais visivéis, por ser ainda epoca das chuvas, a erva e as árvores estavam altas e viçosas, reduzindo assim a visibilidade. Recordo-me que vimos 2 coelhos e uma família de javalis.

Os voos têm a duração aproximada de 1hora, iniciam-se num ponto de encontro ainda de noite. Assim que chega a hora combinada um dos responsáveis recolhe junto dos veículos os nomes e seguimos o veículo da frente até ao ponto onde o balão está em preparação. É servido café, chá e alguns snacks, enquanto vemos o balão a ganhar ar e a levantar do chão. Depois o cesto a endireitar. Antes de entrar são apresentadas as regras de segurança e cada um entra no seu compartimento do cesto, sendo que deve haver uma distribuição correta do peso.

Eu tenho medo de alturas e achei que ia ficar ali a ter um ataque, mas foi super tranquilo, não há movimentos bruscos, é tudo muito suave.

A chama do balão é muito intensa, não vale a pena irem muito agasalhados, porque o balão move-se mesmo muito devagar, e a chama queima de tão quente.

O local para onde o balão se dirige é sempre incerto, nunca sabemos onde vai aterrar, pois é o vento que comanda. Na minha viagem, a Mariza du Kock, a capitã, aterrou numa quinta de toranjas. A aterragem foi super suave e a viagem também. Gostei bastante, mas não sei se o tornaria a fazer pelo elevado valor de investimento, gostava de experimentar outras coisas numa próxima viagem. A probabilidade destas viagens acontecerem é também muito reduzida, devido à imprevisibilidade do vento. Não é possível voar se o vento estiver em direção às montanhas, por isso o meu maior conselho em relação a isto, é se quiserem mesmo ter esta experiência, marquem para um conjunto de datas, ou seja, para a vossa data de preferência e tenham sempre 1,2, ou 3 dias de plano b, para que aumentem as chances de acontecer.

Hlokomela

A Hlokomela é uma ONG que me marcou eternamente. Poderão ler tudo sobre ela, assim como participar e ler a campanha de angariação de fundos que criaram AQUI a versão em português e AQUI a versão em inglês.

Termina aqui este guia para visitar a África do Sul, se por ventura tiverem alguma dúvida, não hesitem em questionar pelo formulário de contato do blog, instagram, facebook ou email para bootraveller@gmail.com

Obrigada por lerem !

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