O percurso mágico até ao Covão dos Conchos

O percurso mágico até ao Covão dos Conchos

O percurso do Covão dos Conchos é um percurso imperdível e muito “badalado” nos últimos tempos, por culminar numa lagoa com uma grande abertura que suga a água para um local que muitos desconhecem. Lançarei em breve um guia completo e um roteiro completo para visitar a Serra da Estrela e arredores, no entanto por agora preparei um guia para este percurso, de forma a que possa preparar a sua viagem e fazê-la com toda a segurança. Vamos a isto?

O que é afinal o Covão dos Conchos?

O Covão dos Conchos é uma localização na Serra da Estrela (Portugal). Possui um lago artifical, criado pelo homem em 1955 para a produção de energia hidroelétrica. Neste lago situa-se uma grande circunferência que tem cerca de 4,6 metros de diâmetro, que é na realidade uma conduta de transporte de água, que ajuda a reter a água e a transporta-la para a Lagoa Comprida, através de um circuito com cerca de 1,500km. Apesar de esta construção existir desde 1955, foi a partir de 2016 que este local se tornou viral por aparecer nos media.

O que precisa de saber antes de ir:

  • Apenas no início e fim do percurso existem locais onde adquirir água e snacks, por isso leve água e snacks consigo;
  • É imperativo que leve calçado confortável, o percurso não tem um desnível muito acentuado mas tem troços longos de pedras soltas. Vi várias pessoas a caírem e a magoarem-se porque insistem em levar sandálias e havaianas;
  • O poço de transporte de água não tem água todo o ano, atualmente, Agosto de 2020 o nível de água da lagoa está mais baixo do que a entrada do poço, e por isso a água não está no interior, na minha opinião a vista e o caminho merecem a pena, mas há muita gente que não pensa da mesma forma;
  • Se necessitar de se “aliviar” leve sempre consigo um saco de plástico ou papel e recolha o seu lixo. Não deixe papel higiénico nem lenços na natureza, a Serra está coberta de papel em todo o lado, e é muito triste e nada agradável. Se puder colher outro lixo que encontrar, ainda melhor;
  • Respeite as regras gerais e de boa conduta de parque naturais, não colha vegetação, não enxote ou capture animais;
  • No Verão use protetor solar pois o percurso é feito a 1500m de altitude e sem sombras;
  • No Inverno é possível encontrar o percurso coberto de neve, se não tiver experiência, deixe o percurso para outra altura, pois torna-se perigoso devido às pedras soltas.;
  • Não construa mariolas, estas constribuem para que outros caminhantes se percam e destroem o habitat de animais ao movimentar rochas;
  • Se estiver a chover ou nevoeiro, não faça o percurso, o tempo na serra muda em minutos, e se ficar nevoeiro, poderá deixar de ver o caminho, resultando em acidentes.

Preparar a sua viagem, onde ficar, o que fazer na zona?

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Qual a melhor altura para visitar?

A melhor altura para visitar é sem dúvida fora do início e meio do Inverno. O motivo é bem simples, o percurso possui troços de muitas pedras soltas, que não há como evitar. Com presença de muita neve e de gelo, esses troços tornam-se extremamente perigosos, no entanto o nível de experiência dos caminhantes também influência muito este ponto.

Eu fiz este percurso a meio do mês de Agosto e apesar de o dia não estar extremamente quente, pode ser um pouco desconfortável para caminhantes mais lentos, uma vez que a zona da Serra da Estrela possui sobretudo plantas rasteiras.

Características do percurso

O percurso é linear, são cerca de 4,600km do ponto dos souvernirs até ao covão dos conchos. Por este ser linear e não ter acesso de veículos, terá que fazer ambos os lados, totalizando cerca de 9,100km de extensão total.

Este é um percurso não marcado, mas que é feito sempre em estradão, sendo que só tem uma mudança de direção numa interseção, que irei indicar mais à frente. É muito intuitivo.

O percurso não tem grandes desníveis mas tem troços de pedras soltas, que devem ser atravessadas com todo o cuidado, sobretudo nos pontos em que estamos a descer.

A dificuldade é de nível fácil, mas isto pode alterar-se consoante o estado do tempo e a experiência.

O perfil altimétrico do percurso encontra-se indicado no gráfico abaixo. A totalidade do percurso são aproximadamente 9,100km, pois o meu relógio devido à rede, não captou o gps logo no estacionamento.

Em relação à duração do percurso, esta é mesmo muito variável. Eu tinha visto antes de fazer o percurso, que o tempo de referência era de 2h30, no entanto, uma vez que fui com a minha mãe e ela estava num dos seus dias maus em relação à capacidade pulmonar, parámos mais vezes. Contudo parar foi duplamente positivo porque permite absorver as vistas. Para fazer o percurso em 2h30 é seguir sem parar, seguir sem ver as vistas, sentar, apreciar, é correr, e esse não devia ser o propósito, a menos que seja mesmo o objetivo, fazer atividade física, sem pausas.

O que levar neste percurso?

Para toda e qualquer caminhada, quer seja curta ou longa eu levo sempre os mesmos artigos que constam numa lista que podem ler por AQUI. Com estes artigos comigo, estou sempre pronta, para toda e qualquer eventualidade.

Qual é o ponto de início do percurso?

O percurso inicia-se na Lagoa Comprida, a maior lagoa artificial da Serra da Estrela. Poderá simplesmente colocar o nome no google e navegar com auxílio do google maps ou se preferir colocar as coordenadas, são as seguintes: 40°21’55.0″N 7°38’47.8″W

O estacionamento da lagoa e início do percurso é junto a uma loja de produtos regionais, bar e souvernirs. Quando chegar lá, estacione o carro. Se estiver de frente para a loja, caminhe para a esquerda, pelas traseiras. No entanto, se ainda assim tiver dúvidas, poderá questionar os senhores das lojas, eles estão habituados a ser questionados sobre o percurso.

O percurso do início ao fim

Como já indiquei no ponto anterior, este percurso inicia-se por detrás da loja de produtos regionais e snack bar.

Ao iniciar-mos o percurso, a Lagoa Comprida fica sempre à nossa direita, à medida que começamos a avançar e a subir de uma forma muito fluída, até que esta nos sai da vista.

Após caminharmos aproximadamente 2 km, iremos encontrar uma intersecção, mas para termos a certeza de que é a interseção certa, teremos uma casa à nossa direita, é bem grande por isso não tem como enganar.

Interseção, seguir pela esquerda.

A interseção é a que se encontra na fotografia acima, seguir pelo lado esquerdo. Na fotografia abaixo vemos do lado direito a casa, esta casa vê-se entre os arbustros, e tem uma placa ao início a dizer “propiedade privada”.

A casa que se vê do lado direito

Durante o percurso as vistas são incríveis, no entanto é necessário ter muito cuidado porque existem zonas cujo desnível não é muito acentuado, mas que têm muitas pedras soltas, que não são possíveis de evitar. Nestas zonas é mesmo importante que olhe para o chão e caminhe com calma.

Zonas acidentadas

O percurso tem imensas cores diferentes, desde zonas com a erva seca e mais amarelada, outras em que temos flores roxas, nunca temos apenas um tipo de paisagem, e isso é mágico. No período de Primavera e Outono, as cores deverão ser ainda mais intensas.

Quando estamos a chegar à lagoa onde se encontra “o que todos procuram”, não é visível à primeira vista a presença do “poço”, sobretudo se visitarem o Covão dos Conchos em alturas em que o nível de água da lagoa é mais baixo que o da entrada do “poço”, como foi o meu caso.

É mesmo no fundo da lagoa que se encontra o “poço”, no entanto a vista antes de lá chegar é mágica. Existe mesmo junto ao muro da “barragem”, uma colónia gigantesca de sapos.

Para chegar até ao “poço” é necessário descer o muro da barragem, e ir por um caminho mais ou menos intuitivo e subir umas rochas para chegar ao local em que estamos a pouco mais de 1,5m do poço. Neste caso fui sozinha até este ponto, pois a vegetação cortava um pouco as pernas, e preferia que a minha mãe não corresse esse risco.

Após desfrutar um pouco do local, seguimos de volta, onde encontrámos imensas pessoas a dirigirem-se em direção ao local e que voltavam para trás quando me questionavam acerca da distância que ainda faltava até lá, e se a lagoa teria água. Não obstante, na minha humilde opinião o caminho de ida, o momento de estar lá, e de regresso vale imenso a pena, mesmo sem a água a entrar no poço.

No caminho de volta, apesar de ter sido exatamente o mesmo (por o percurso ser linear), a paisagem estava completamente diferente, pois as núvens desceram e mudaram a 100% a paisagem, o que fez com que se tornasse ainda mais mágico.

Quando chegar ao fim do percurso, a lagoa comprida convida a um mergulho! Aproveite para se refrescar, no entanto é importantissímo lembrar que devemos optar sempre por protetores solares que não poluem os nossos oceanos e lagoas. A forma mais fácil de sabermos se os protetores que usamos, estão de acordo com esta questão, é ver se existe algo no mesmo que fale em “amigo dos corais” ou de “acordo com a lei havaiana”. Os protetores solares também matam, pois poluem as águas. Na Serra da Estrela existem espeças endémicas que só existem naquele ambiente, vamos respeitá-las juntos?

O percurso em vídeo

Se é dos que prefer ver este tipo de conteúdos mas em vídeo, deixo-lhe uma amostra de video de várias etapas deste percurso. Se ainda não subscreveram o meu canal no Youtube, podem fazê-lo AQUI.

Obrigada por teres lindo este artigo, se gostaste, coloca like, comenta e partilha! Ainda esta semana sairá vídeo sobre este percurso!

A processar…
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