Percurso – Ponta de São Lourenço
O percurso de São Lourenço é qualquer coisa de transcendente, sobretudo se visitar mais locais na ilha da Madeira. Parece um mundo à parte, ou até planeta, parece Marte! A vegetação é quase inexistente, e a rocha de cor terracota, torna a paisagem, incrível.
Neste artigo conto-te tudo sobre este percurso incrível que só é possível fazer a pé.
A ponta de São Lourenço
A Ponta de São Lourenço é o extremo mais oriental da Ilha da Madeira. Possui 9 km de comprimento, sendo que apenas uma parte é atingível a pé, uma vez que os dois trechos finais são ilhéus.
Para iniciar o percurso é necessário ir de carro até ao estacionamento que está mesmo no início do percurso, falarei disso mais à frente.
Onde ficar para visitar a Ponta de São Lourenço?
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Qual a melhor altura do ano para visitar a ponta de São Lourenço?
A ponta de São Lourenço está aberta 24h/7D, por ser um espaço público e gratuito, no entanto a especificidade do terreno, e o local onde se encontra, condiciona a altura ideal para fazer este percurso.
Esta e uma zona junto ao mar, com bastantes escarpas o que acaba por ser uma zona onde o vento impera frequentemente. Ainda que o percurso seja intuitvo, tem zonas de terreno sem proteção lateral, e em dias de vento ou chuva pode ser perigoso estar nestes local. Recomendo por isso que este percurso seja feito apenas nas estações de primavera e verão, e no caso dos dias quentes, o mais cedo possível pois não há uma única zona abrigada durante todo o percurso.
É importante adequar o vestuário à estação, sendo que recomendo em qualquer estação calçado adequado, bastões de caminhada e um corta vento e/ou casaco mais quente. Deixo as minhas escolhas de material AQUI. O percurso começa a uma altitude mais baixa, e no topo, uma vez que o miradouro tem vista a 360º, é extremamente exposto ao vento, o que condicina também a segurança, em alguns troços do percurso.
Este é também um local incrível para assistir ao nascer e pôr do sol.
Quanto custa?
Fazer este percurso é gratuito, no entanto existem algumas variantes que pode optar, entre elas fazê-lo com guia, ou fazer o regresso de barco. Deixo algumas tours que se realizam na zona abaixo.
Irei descrever toda esta experiência um pouco mais abaixo.
O que levar na mochila para uma caminhada?
Fiz um vídeo para tornar mais fácil a visualização da pergunta que mais me fazem, uma vez que 99% das vezes, caminho sozinha. Clica em play e assiste. Se preferires, podes ver este artigo onde tenho os links de tudo o que suo.
Sobre o percurso
Registo do perfil altimétrico e distância
Fiz o registo do percurso com recurso à app Wikilok. Deixo o registo da mesma abaixo.
O que precisas de saber antes de fazer este percurso?
- Só existem caixotes do lixo perto do cais do Sardinha e do bar, se tiveres lixo, leva-o contigo numa mochila, uma vez que estes caixotes devem ser usados apenas se consumires algo no bar ou se estiveres lá alojado. O lixo é levado a pé e depois de barco , todos os dias, não gastes recursos energéticos que se podem evitar;
- Não saias do trilho, não pises plantas, nem leves nada contigo, deixa a nureza como a encontraste;
- Se te cruzares com outros em locais estreitos, cede passagem, há zonas onde é extremamente perigoso que passem duas pessoas em simultâneo;
- Leva roupa e calçado adequado, o tempo nesta zona muda em segundos! Posso dizer que tive ventanias muito fortes, chuva intensa, núvens super escuras e frio, e de repente na volta um céu azul, sem núvens, um calor abrasador e um sol que queimava imenso;
- Se fizeres o percurso bem cedo, leva snacks contigo, pois o bar no verão só abre após as 10h00;
- Poderás fazer este percurso de forma linear, ou circular. De forma linear pressupõe o pagamento da viage de barco de volta;s
- Este é um percurso de grau moderado se fores só até à casa do sardinha e voltares, mas de grau difícil, se subires até ao ponto mais alto (miradouro da ponta do furado), e o “real” fim deste percurso.
O percurso, em resumo
- O percurso pode ser linear (saída por mar, falo mais à frente disso), ou circular, fazendo o mesmo caminho de volta;
- Grau de dificiludade: moderado se fores até à Casa do sardinha (dependente do estado do tempo);
- Grau de dificuldade: difícil, se fores até ao miradouro da Ponta do Furado;
- Distância percorrida se subires até ao Miradouro da Ponta do Furado e fizeres a pé o caminho de volta: 7,930K;
- Elevação miníma 38m;
- Elevação máxima 159m;
- Duração média: 2 a 3horas (ida e volta):
- Link para descarregar o trilho AQUI.
O pecurso – descrição
O percurso inicia-se no estacionamento deste local, podes encontrar as coordenadas AQUI. Recomendo que cheguem cedo porque aquilo enche imenso perto da hora de almoço. A placa do percurso dá o início daquele que será um percurso incrível.
O percurso inicia com a sua primeira descida, e passagem na única estrutura de madeira que o percurso possui.
Como tudo o que desce.. sobe, começamos a subir em direção à primeira escarpa e conseguimos vislumbar a primeira praia deste percurso (pelo menos a primeira acessível a pé, quando a maré está baixa).
Seguem-se subidas e descidas, sempre muito intuitivas ao longo do percurso, e “saltamos” de bloco de rocha em bloco de rocha, com alguns nichos em zonas incríveis em que é possível ver a acumulação de sedimento diferente ao longo dos milhares de anos.
O percurso tem pedaços bastante estreitos onde é impossível passarem duas pessoas em simultâneo, mas aí temos que acreditar que a pessoa em sentido contrário terá bom senso, o que nem sempre acontece, sobretudo em plena pandemia. No entanto há zonas bastante abertas, com alguns bancos inclusive, onde podemos descansar um pouco e apreciar aquela paisagem que parece ser saída de um filme sobre o planeta Marte.
Para além das zonas com equipamentos de lazer, há placas interpretativas que falam da fauna e da flora que ali habitam, assim como das formações rochosas.
Chegamos a um dos pontos altos deste percurso, a zona de solo mais estreita de ambos os lados, da Ponta de São Lourenço. Quando lá estamos pode não parecer tão imponente, mas vista de cima, do alto da escadaria, apercebemo-nos que a natureza criou mais uma “coisa” incrível.
Conseguem vislumbrar o grupo de palmeiras ao fundo do lado direito na foto em cima ? Pois bem, é o óasis da Ponta de São Lourenço.
Aquela é a única construção humana para abastecimento alimentar nesta zona, vi inclusive, não sei bem onde, que também tinham espaço de pernoita, mas não encontro informação a esse respeito. No que concerne à Casa do Sadrinha, o restaurante e bar, poderá ver informações sobre o mesmo AQUI.
O percurso pode terminar aqui… ou não! Ao lado deste restaurante há uma subida vertiginosa, e bemmmmm íngreme, que não é de todo para todos (é o motivo pelo qual o classifico como nível difícil), no entanto a vista lá em cima vale a pena. Este local chama-se Miradouro da Ponta do Furado. É lá que percebemos que existem mais duas ilhas sem entrada por terra, uma delas com um farol, vamos ver fotografias disto?
A vista lá em cima é mesmo incrível, mas como disse não é para todos, há zonas onde é preciso andar quase de gatas para não cairmos para trás porque alguns trechos do cabo de aço que poderiam auxiliar na subida estão caídos, ou já pouco tendencionados, e há zonas mais fatigadas pela erosão do vento em que há “degraus” de um metro de altura.
Na minha opinião a vista vale mesmo a pena, mas sobe apenas se tiveres condição física e experiência para.
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Termina aqui este artigo sobre este local fantástico que merece mesmo a vossa visita. Num ano atípico em que começamos a beneficiar o que é nosso, fica aqui uma excelente sugestão de local a visitar, e que alia o desporto, o contato seguro com a natureza, a biodiversidade e o nosso património sociocultural.
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