Mini Guia para Marrocos – Marraquexe, Casablanca, Deserto do Saara, Fes e Chefchaouen

Mini Guia para Marrocos – Marraquexe, Casablanca, Deserto do Saara, Fes e Chefchaouen

Visitei Marrocos em 2017, altura em que fiz uma viagem de família e amigos. O plano da viagem era fazer uma roadtrip entre Marraquexe e o deserto do Saara, retornando a Marraquexe e com carro alugado seguir para Casablanca, depois para Fes e por fim Chefchaoeun.

A minha expetativa era alta, ouvi a minha vida toda falar de Marrocos como “o destino”, fiquei desiludida muito honestamente, sobretudo com Marraquexe, contudo não deixa te ter sido uma viagem que me ensinou coisas novas e que me levou a ter novas experiências. Deixo por isso uma mini locais que visitei durante a minha viagem, por cidade, para te ajudar a planear a tua viagem.

Vídeo da viagem

Se preferires ver em vídeo, criei um vídeo de compila 80% dos locais que visitei em Marrocos, espero que gostes. Se sim, faz like no vídeo, e subscreve o canal.

Conselhos gerais:

  • Nas ruas muito movimentadas usar sempre mala ou mochila virada para a frente com a mão por cima dos fechos;
  • Não andar sozinho(a) em zonas da medina até altas horas;
  • Se estiver perdido procure locais como restaurantes para pedir informações, há maior probabilidade de serem bem intencionados;
  • Se lhe pedirem a mão para fazer um desenho de hena, terá que pagar no fim, não é uma oferta;
  • Vigiar sempre as crianças;
  • Há quem diga que não é seguro comer nas barraquinhas de rua, se quiser muito passar por essa experiência opte por comida cozinhada e sempre feita na hora à sua frente;
  • Ainda que muitos digam o contrário, eu não acho que Marrocos seja um destino seguro para viajar a solo (mulheres) nem um grupo de duas mulheres;
  • Se ao chegarem à zona da medina surgirem rapazes para vos transportar as malas, digam amavelmente que não pretendem ajuda, tive uma situação bem chata nesta situação;
  • Opte por guias certificados em estabelecimentos de serviços que lhe darão mais segurança;
  • Nas passadeiras, os veículos não param, se vir locais a atravessar, aproveite a “boleia”;
  • Os marroquinhos conduzem que nem doidos, não existem muitas regras de trânsito realmente aplicadas lá, por isso se optar por alugar um carro, prepare-se para o stress extra, mas com calma tudo se faz;
  • É aconselhável beber água engarrafa, ainda que seja um crime ambiental, mas a água na cidade pode não ser segura e levar a alguns problemas gastro-intestinais;
  • Para as senhoras recomendo que tenham sempre uma encharpe ou lenço na mochila, caso seja necessário cobrir os ombros ou cabeça em algum local.
  • Ao chegar ao aeroporto negocei o valor do taxi antes de entrar no mesmo.

Marraquexe

1 – Souks

Os Souks em Marrocos são basicamente mercados. Em Marraquexe são centenas de metros de souks na zona da Medina. É fácil perderes-te por lá por isso leva o teu trajeto já delineado e não demonstres que estás meio perdido, sobretudo se viajares sozinho(a), eles perceber e irão abordar-te, nem sempre com a melhor das intenções.

Souks

2- Praça Jemma-el-Fna

A praça mais emblemática de Marraquexe, tem de tudo, desde souks, a bancas de comida de rua, sumos, a jogos de azar, a locais com macacos (acorrentados…) e serpentes com encatandores para tirar fotografias.

É uma confusão autêntica. Durante o dia fica meio vazia, até porque pelas altas temperaturas que se sentem em Marrocos durante o dia. À noite ganha vida e tudo se ilumina. São inúmeros os terraços/restaurantes com vista para a mesma. Cuidado nesta zona com a tua mala ou mochila, usa-a sempre à frente, e com as mãos por cima. Para as senhoras não andem sozinhas nesta praça, sobretudo nas zonas onde se desenvolvem os jogos de azar, que é maioritariamente frequentada por homens. Não houve uma única noite que não tivessem ido contra mim propositadamente e passado a mão a baixo das costas. Não me senti confortável neste espaço.

3- Jardins de Majorelle

Os Jardins de Majorelle, são tão diferentes de tudo o resto, que até parece que mudamos de país quando lá entramos. É um jardim com alguma dimensão (pago), que expõe espécies exóticas de plantas, tem pequenos recantos pintados com um azul intenso (que até podem comprar na loja de souvenires, uma latita). É mesmo muito bonito e arranjado.

Podem saber informações sobre morada, e valores AQUI.

4- Palácio da Bahia

Este palácio foi um dos que mais gostei em Marrocos. Remonta ao século XIX e para além do palácio tem também uma zona de jardins e pátios interiores. Tem tectos de madeira feitos à mão, ladrilhos e azulejos de todas as cores que possam imaginar.

A entrada é paga, e podem saber tudo sobre ele AQUI.

5- Mesquita da Cutubia

Esta é uma mesquita importante em Marraquexe, mas o seu acesso é restrito a Muçulmanos, ainda assim continua a ser muito bonito apreciá-la por fora.

6- Palácio El badi

Este foi um dos palácios mais imponentes da cidade, todavia hoje em dia está totalmente em ruínas. Sobram alguns locais e paredes, mas foi pilhado e destruído ao longo dos anos. Outrora teve 300 quartos com materiais como ouro, cristais e lindas turquesas.

Foi construído no século XVI.

A entrada é paga e podem ler sobre ele AQUI.

7- Tumbas Saadianas

As Tumbas Saadianas são um dos sítios mais visitados em Marraquexe. Estava nos nossos planos mas quando tentámos ir estavam em remodelação. É um espaço com 100 tumbas decoradas com mosaicos. Nelas jazem corpos de guerreiros da dinastia saadiana.

A entrada é paga, e podem saber tudo AQUI.

8- Medina

A medina de Marraquexe é toda a zona da cidade fortificada. Esta foi fundada em 1071, e nela estão os principais pontos turísticos e culturais da cidade, assim como o comércio.

Para uma experiência real, aconselho a que fiquem alojados num Riad na Medina, no entanto pesquisem muito bem como lá chegar. Nós fomos deixados pelo taxi do aeroporto numa das entradas da medina e fomos rapidamente abordados por um grupo de rapazes que tirou as malas do carro quase sem pedirmos (todas menos a minha, que nunca sai das costas) e colocou num carro de mão. Percorremos ruas e ruelas escuras, onde não me senti segura, até chegarem ao nosso riad. Lá o preço foi escolhido por eles sob a ameaça de saberem onde estávamos alojados… Por isso cuidado. Como em todo o lado há pessoas com más intenções, sejam de que cultura, etnia ou raça, ainda assim estejam atentos a esta situação se a puderem evitar, agradecam gentilmente apenas.

Os riads têm decorações típicas, e são caracterizados por terem um pátio bonito exterior. O riad onde fiquei chamava-se Riad Farhan. Era lindissímo e os trabalhadores muito simpáticos. Os quartos eram lindos, mas o barulho era um problema. Todos os quartos têm portas de madeira viradas para o pátio, e bastava que as equipas estivessem a preparar os pequenos almoços, ou alguém passar a falar, ainda que baixo, para acordar (eu tenho um sono muito leve).

Não recomendo viajantes sozinhas, sobretudo mulheres a andarem sozinhas na zona da medina durante a noite. Para viajantes sozinhas recomendo que fiquem alojadas na área mais moderna da cidade, fora da medina nos hóteis mais ocidentais-

No pátio exterior do riad

9- Madraça Ben Youssef

Este foi o meu segundo sítio preferido em Marraquexe. A arquitectura deste local é lindíssima, os azulejos coloridos compostos em padrões, merecem a visita.

Terminada de construir em 1565 pelo Sultão Abdallah al- Ghalib, tem 130 quartos e é uma residência/escola muçulmana para estudantes do ensino superior religioso. O ponto alto deste espaço é o pátio, soberbo!

A entrada é paga e podem ler sobre isso AQUI.

De Marraquexe ao deserto do Saara, parando em várias localidades

Nesta viagem incluímos um tour express ao deserto de 4 dias, com paragem em diferentes locais de interesse cultural e natural. Uma vez que este post é longo e já foi criado, aconselho a que cliquem AQUI para o ler.

Na duna mais alto em redor. Deserto do Saara, nascer do sol

Casablanca

Esta foi a cidade que mais me desiluiu em quantidade coisas a visitar, que se resume basicamente à Mesquita mais imponente que já vi na vida!

Casablanca é uma cidade que se situa junto ao mar, percorri as zonas do paradão junto à praia de carro durante a noite e não ficámos lá mais do que uma noite.

As ruas “chocam” um bocadinho. Vemos metros de bancas de calçado desemparalhado, provavelmente roubado das mesquitas. Não senti que fosse um local seguro, apesar de ter aquela mesquita LINDISSÍMA, que merece mesmo a visita.

Mesquita Hassan II

Esta imponente e linda mesquita, fica construída parcialmente sobre o mar, aliás em partes do interior da mesma ouvimos o mar a passar mesmo ali. Esta mesquita teve início de construção em 1986 e foi terminada em 1993. Foi desenhada pelo arquitecto francês Michel Pinseau.

Mesquita por fora

Para a construir foram necessárias 12500 pessoas que esculpiram mármore, granito, madeira, mosaicos e estuque. O seu investimento rondou 505 milhões de euros e foi um tema polémico devido ao preço da mesma e ao facto de terem que “desalojar” populações que viviam em zonas de barracas na área. Possui um minarete de 210 metros de altitude.

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A Mesquita serve como local de culto com capacidade para 100 000 fiéis em simultâneo, como madraça (escola), sala de conferência, hamames (banhos marroquinhos) e biblioteca.

O teto é panorâmico e abre mecanicamente.

A entrada no local é paga e tem horários marcados, distribuída por línguas e com número máximo de visitantes. Aconselho a chegarem cedo. No interior devem sempre acompanhar o guia designado e têm tempo limitado por espaço. Existe no interior um senhor a enxotar os pombos e as pessoas *risos*

Podem saber tudo AQUI.

Fes

Fes é mais uma cidade típica de Marrocos, com casas construídas umas em cima das outras, a grande maioria sem quaisquer condições de higiene e segurança para quem lá vive .

Não é uma cidade com grande dimensão e com muito para ver, ainda que para mim se tenha resumido à cidade da “arte” dos texteis, curtumes e caldeiras.

A cidade tem mesquitas e um castelo muito bonito, no entanto, tal como as restantes no país, é só possível ver a fachada exterior.

Em Fes ficámos alojados no Riad Ibn Khaldoun, o Riad que menos gostei de toda a viagem. O pátio central era lindissímo, mas não gostei muito dos quartos.

1- Praça Seffarine

Para mim esta foi a zona que mais gostei da cidade. É uma zona de mercados e ofícios, que conserva um antigo ofício, a arte dos caldeireiros.

É uma zona muito bonita e com o caos típico de Fez, no entanto não é algo que nos assoberba, é um chamado caos muito organizado.

Num degrau vemos um velho artesão vergado a esculpir, na porta ao lado uma padeira a moldar o pão e quatro portas à frente um artesão a criar tapetes em tiares gigantescos.

2- Bjord Nord

O Borj Nord é um forte construído em 1582 no norte de Fez. Atualmente funciona como museu militar. É um dos locais mais altos da cidade por isso tem uma das vistas mais bonitas em que podemos ver todas as casas em socalcos, e as grandes torres da cidade. Para entrar e ver a vista é gratuito.

3- Curtume de Chouwara

Este local é perfeito para os amantes de peças de couro, que não é o meu caso. É paragem obrigatória para todos os que adorem malas, chinelos, cintos, almofadas e uma infinidade de objectos produzidos 100% em couro. Neste local terão acesso a uma loja gigante com o cheiro característico do couro, e acesso às varandas que dão vista superior sobre a zona de curtumes. Enormes poças redondas padronizadas com pigmentos coloridos, onde são demolhadas as peças para adquirerem todas as cores que possam imaginar.

4- Madraças

Também Fez tem algumas madraças. Na nossa visita à cidade não fomos a nenhuma, uma vez que a título de escolha do casal que foi comigo nesta viagem, escolheram um “guia” local que estava pela rua e que por um valor acordado, nos mostrou a cidade a pé. Confesso que desconhecia a existência de Madraças em Fez até me cruzado as imagens e vídeos que tenho com uma breve pesquisa.

Existe nesta cidade duas Madraças, a Bu Inadia e a Attarine. Podem saber tudo sobre elas AQUI.

5- Porta Bab Bou Jeloud

Esta é uma porta linda em tons de azul cuja construção remonta a 1913. É o acesso principal à medina de fez e é conhecida como “a porta azul”. Podem saber tudo sobre ela AQUI.

Chefchaouen

Para mim a cidade mais bonita que visitei em Marrocos, pela limpeza, pelas pessoas e sobretudo pelas ruas. Em termos de conteúdo para visita, este não existe (apenas um kasbah) , o que a difere de todas as outras é a cor das ruas. Chefchaouen é conhecida como a cidade azul, pois chão, portas e paredes foram pintados de azul, o que torna o local lindissímo e um excelente local para amantes de fotografia.

Está repleta de gatos por todo lado, o que parte literalmente o coração. Na altura em que visitei havia imensas ninhadas de gatinhos em más condições que contrastam com o azul do chão a dormir em cada canto. Apetece enfiá-los a todos numa mala e resgatá-los, mas não é possível.

Nesta cidade ficámos alojados numa guesthouse muito simples mas confortável o suficiente chamada Casa Elias.

Está rodeada por uma zona montanhosa que me apaixonou verdadeiramente e à qual gostava de voltar um dia para explorar.

O centro da cidade é todo pedonal, e é muito difícil de encontrar lugar para estacionar o carro.

1- Kasbah

Esta é uma antiga fortaleza da cidade que tem uma zona de museu e outra de miradouro de onde podemos ver a cidade de um dos pontos mais altos. A entrada neste local é paga.

Termina aqui este mini guia, obrigada por leres! Alguma dúvida podes sempre enviar-me uma mensagem pelo formulário de contato ou email para bootraveller@gmail.com

A processar…
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