Subida ao ponto mais alto da ilha da Madeira – Pico Ruivo

Subida ao ponto mais alto da ilha da Madeira – Pico Ruivo

Depois de um regresso a uma ilha incível, que é a Madeira, desta vez havia coisas que eu não queria mesmo falhar, por isso a subida ao Pico Ruivo ao Nascer do sol não era questionável.

Uma vez que esta foi a viagem familiar anual, e disseram-me logo que “passavam”, organizei tudo para ir sozinha, ainda que na altura houvesse alguns constrangimentos, pois durante muito tempo as estradas de acesso à Achada do Teixeira, estiveram em obras e encerradas.

Neste artigo conto-te tudo sobre este percurso incrível que só é possível fazer a pé.

O Pico Ruivo

O Pico Ruivo situa-se no concelho de Santana na ilha da Madeira, a 1862 metros de altitude.

É a terceira montanha mais alta de Portugal, e a mais alta do arquipélago da Madeira.

Para chegar ao Pico Ruivo é necessário caminhar durante algum tempo, havendo dois percursos que passam por este local imperdível, o PR1.2 Vereda do Pico Ruivo, o percurso que vos irei falar hoje, e o PR1 Verdade do Areeiro, que liga o Pico do Arreiro, ao Ruivo um percurso com alguma tecnicidade e não apto para quem tem vetigens.

Onde ficar para visitar o Pico Ruivo?

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Qual a melhor altura do ano para visitar o Pico Ruivo ?

O Pico Ruivo é um local de acesso público e está por isso aberto 24h/7D.

Não há uma altura perfeita para visitar o Pico Ruivo, uma vez que cada estação tem a sua magia especial, no entanto as condições climatéricas de determinadas estações, podem ser determinantes em termos de segurança na ascenção.

É importante adequar o vestuário à estação, sendo que recomendo em qualquer estação calçado adequado, bastões de caminhada e um corta vento e/ou casaco mais quente. Deixo as minhas escolhas de material AQUI. O percurso começa a uma altitude mais baixa, e no topo, uma vez que o miradouro tem vista a 360º, é extremamente exposto ao vento, o que condicina também a segurança, em alguns troços do percurso.

Diria que a altura perfeita será de Maio a Outubro, noutras alturas do ano, o frio que se faz sentir e a possibilidade de queda de neve, condicionarão afincadamente a segurança de quem faz a subida. Recomendo que inicie a subida ainda de noite, por volta das 4h/5h da manhã, aprecie o céu estrelado e despido de luzes, para estar no topo por volta das 7h, para assistir ao nascer do sol mais soberbo que verá na vida (adequar este horário à altura do ano).

Quanto custa?

Fazer a subida do Pixo Ruivo é gratuita, no entanto não faltam empresas a vender esta experiência, ainda que não haja assim tantas a fazê-lo ao nascer do sol, que é na minha opinião a melhor altura para a ascenção.

Como já tinha referido anteriormente, a minha família não tem os mesmos interesses nem condição fisíca, por isso rapidamente disseram que a ir, iria sozinha. Na altura as estradas estavam a sofrer obras e não sabia até que ponto seria viável fazer aquela hora de carro do Funchal até Santana e incorrer na possibilidade de “bater com o nariz na porta” e ter que voltar novamente.

A minha mãe também não estava confortável com aquelas duas horas de caminhada completamente de noite, ainda que eu já o tivesse feito antes, bem mais cedo, quando fiz a ascenção do covão D’Ametade na Serra da Estrela, até ao cântaro gordo, por isso foi-me dando algumas dicas. Com o objetivo de a descansar, procurei empresas que em grupos pequenos, oferecessem experiências diferentes, que fossem mais do que um tour, que incluíssem algo mais, e foi quando descobri o Carlos, um nativo da Madeira, atualmente guia de montanha, que oferecia no AIRBNB uma experiência que era exatamente o que procurava.

Irei descrever toda esta exeperiência um pouco mais abaixo.

O que levar na mochila para uma caminhada?

Fiz um vídeo para tornar mais fácil a visualização da pergunta que mais me fazem, uma vez que 99% das vezes, caminho sozinha. Clica em play e assiste. Se preferires, podes ver este artigo onde tenho os links de tudo o que suo.

Sobre o percurso

Registo do perfil altimétrico e distância

Fiz o registo do percurso com dois dispositivos, com o meu relógio Tomtom, que faz o mapeamento do movimento e ritmo, mas não o perfil altimétrico, e a app Wikilok, que comecei a usar recentemente. Deixo abaixo ambos os registos.

Perifil altimétrico captado pela app wikilok

O pecurso e a experiência

O programa iniciava-se com o Carlos a apanhar todos os participantes no seu carro, no máximo 6 pessoas (sem contar com ele), as regras de segurança dentro do veículo eram todas obrigatórias, e uma viagem de cerca de 45 min. até ao parque de estacionamento da Achada do Teixeira. Mais uma vez deixo AQUI o link da experiência. Não tenho qualquer ganho monetário com a partilha da experiência em si, mas acho que merece mesmo ser partilhada.

Seguiu-se quase um sprint, para colocar o coração a bater bem forte e o oxigénio a faltar nos pulmões, basicamente aclimatizar. Fomos parando várias vezes e logo o início com a ajuda de uma app, vimos todas as constelações no céu, e com a ajuda do Carlos, procurámos estrelas cadentes.

Seguiram-se várias paragens, completamente às escuras, e com a ajuda do material que o Carlos levou para nós.

Subimos vários metros até ao topo , até que o céu começou a ficar alaranjado, o que torna todas as paragens mais prazerosas. É um pouco assustador fazer a subida, a ver as encostas de lado, mas com calma, tudo se consegue, por outras palavras, se eu consegui e tenho vertigens, qualquer pessoa consegue.

Ao longo do percurso, existem várias estruturas de betão com mesas, que me deixaram com muita vontade de voltar para fazer a pernoita (foto abaixo).

Uns metros antes do topo existe a primeira casa de ranger, onde “vive” o ranger que faz o controlo da área. É ainda possível alugar camas para pernoitar no local, e durante o dia funciona como bar de apoio. Existe no local também uma casa de banho paga, 50 centimos por entrada (canto direito da fotografia abaixo).

Neste local parámos uns minutos para beber um chá quentinho que soube super bem, com os baixos 5 graus que se faziam sentir, e um reforço alimentar, uma barra de cereais.

O último esforço é mais intenso, pois tem muitos degraus, mas vale tão a pena, quando no céu, as núvens fazem uma camada de algodão doce, e o sol rasga no horizonte.

No topo existem 3 áreas principais, o miradouro central, de maior dimensão e que tem um mini marco geodésico. um posterior mais baixo, e outro mais aberto. O central é o que se encontra mais alto.

Miradouro central, à esquerda, algumas escadas de acesso e acesso ao primeiro miradouro, caminho para a direita acesso ao terceiro miradouro. Edifício no centro da foto é a casa do ranger, e o caminho deliniado é o caminho a percorrer

Após estarmos no topo, iniciou-se a descida, que na minha opinião, é a parte mais desafiante pois a abordagem das subidas é feita de cima, no entanto temos a oportunidade incrível de ver aquelas montanhas durante o dia, sem palavras.

Na descida o Carlos falou sobre a fauna e a flora para fechar em chave de ouro.

Ao chegar ao estacionamento, a experiência encerra, e vamos de volta para casa. Ficou uma vontade muito grande de voltar, desta vez a solo, pois o percurso é muito intuitivo, é feito quase sempre num carreiro de pedra, o que faz com que não seja possível perdermo-nos, mesmo que de noite. Foi intenso e muito especial, repeteria sem dúvida.

Estacionamento para o percurso

Termina aqui este artigo sobre este local fantástico que merece mesmo a vossa visita. Num ano atípico em que começamos a beneficiar o que é nosso, fica aqui uma excelente sugestão de local a visitar, e que alia o desporto, o contato seguro com a natureza, a biodiversidade e o nosso património sociocultural.

A processar…
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